sábado, 18 de abril de 2009

PÉROLAS

Nossa população pode se orgulhar em ter construído durante sua história alguns prédios públicos de valor inestimável. - Entre os quais dedico maior carinho é o Theatro Municipal,1906, reconstruído em 1992 e a Estação Ferroviária,1922, recuperada e reciclada no final do ano de 2003. Foram gastos quantias exorbitantes para a recuperação dos referidos imóveis, com recursos públicos do Governo do Estado.



O Theatro Municipal, após dezessete anos de sua reconstrução, ainda não conta com equipamento mínimo para a sua funcionabilidade: som, iluminação, cortinas, ar condicionado e toda a parafernália cênica. O próprio projeto original é deficiente e nada funcional. Suas portas e janelas originais – de madeira – deram espaço a esquadrias de alumínio mais adequada a box de banheiro. Imagine que os frequentadores do primeiro balcão, não conseguem visualizar o palco. Algo inédito no mundo. (Bem a cara de uma obra eleitoreira)
Hoje seu estado é lamentável, sem iluminação, com goteiras e a maioria de suas poltronas comidas por brocas e cupins. O hall, espaço universalmente utilizado para o público aguardar o espetáculo, é utilizado de maneira inadequada. Causando má impressão, para frequentadores mais criteriosos.
Faz-se necessário uma urgente recuperação do imóvel, começando pela pintura da fachada, substituição das portas e janelas e realinhamento arquitetônico da platéia.
Além da aquisição dos equipamentos básicos para o desenvolvimento das atividades cênicas e uma reavaliação da ocupação de seus espaços.


Outro imóvel que tenho o maior carinho, é a nossa Estação Ferroviária.
Primeiramente é preciso ter a sensibilidade de entender aquele imóvel, que por si só é um monumento vivo da nossa história, ou seja, a Estação vazia já é importantíssima.
A sua volumetria espacial, suas portas e janelas, e até os “novos” espaços criados na última reforma, valorizaram ainda mais aquele monumento.
Hoje seu estado de conservação e utilização também é lamentável. A Estação se tornou depósito de coisas desprezíveis pelo poder público. Virou um grande depósito. Em janeiro foi fábrica de carnaval. Em fevereiro fábrica de costura. Também tem biblioteca, Conselho Tutelar, Junta Militar, Posto de Informação e até Secretaria de Turismo “funcionando” por lá.
Se você fizer hoje uma visita, poderá tropeçar em algumas dúzias de tábuas, lá armazenadas.
Na parte externa, sua plataforma também armazena velhas máquinas ferroviárias em total desuso, que precisam de novos desígnos.
Segundo me informou a Secretária de Turismo, amanhã o prédio será fechado para dedetização, pois ratos e baratas também tomaram conta do local.
Aguardamos que, após a dedetização, com o imóvel reaberto - pela grandiosidade que ele representa - seja lhe dado uma função nobre e deixe de ser simplesmente um lugar “quebrar-galho” dos fazeres da administração municipal.
Queremos voltar a ter orgulho de visitar aquele local, encontra-lo no mínimo limpo, com pessoas dispostas a nos informar e atender com presteza e carinho.
Se por alguma deficiência (financeira ou técnica) não conseguirem tornar aquele espaço mais útil, deixe-os limpo e aberto, para que a gente possa no mínimo respirar sua grandiosidade cultural.

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