segunda-feira, 30 de agosto de 2010

As “pobres” exóticas

Que o assunto mais polêmico deste final de mês está sendo o corte das 40 árvores da Feira-Mar, sem nenhuma dúvida, pois colocou holofotes na invisível administração municipal.
Independentemente se uma árvore é nativa ou não, a sustentabilidade do planeta nos diz que não se deve cortá-las. Alguns estudos científicos defendem até o corte das classificadas como exóticas, sendo prejudiciais ao ecossistema regional. Outros acham que as exóticas podem muito bem conviver com outras espécies nativas. Está aí a polêmica dos transgênicos.
No nosso caso, a Praça da Feira-Mar - na minha leiga e apaixonada leitura - acredito que nenhum exemplar lá existente seja nativo. A não ser o mato que por lá cresce e os pés de mangue que se alastram pela orla. Tudo poderá ser considerado EXÓTICO, ou seja, que não é natural do ambiente, não é nativo da floresta atlântica. Exemplos encontrados: palmeira, coqueiro, mangueira, seringueira, abricó, fruta-pão e goapê.
Agora tentar achar uma desculpa científica para justificar a devassa feita no local, é menosprezar a inteligência da população. Claro que iremos encontrar posições favoráveis ao corte das árvores. Mas quando o olhar é no mínimo de bom senso, o ocorrido é simplesmente trágico, irreparável...Criminoso.
Pessoalmente, não sou um extremo-preservacionista e sempre tenho defendido o bom senso como argumento para se desfazer ou construir alguma coisa. Não somente no caso, agora de um bem natural, como quando o assunto é o patrimônio artístico e arquitetônico.
O maior descaso que convivemos atualmente é o descaso com os bens públicos, com o público, ou seja, para com a comunidade.
A atual administração municipal quando faz alguma coisa, faz o que bem quer e de sua maneira, sem a mínima consulta pública. Sequer temos Secretarias competentes e Conselhos constituídos.
Se a prefeitura precisar desfazer de um bem material ou natural, para poder construir algo que ela acha importante para a sociedade, que apresente um projeto com parecer técnico e uma boa e plausível justificativa. Acredito que certamente a maioria da comunidade será favorável. Agora, comprar antes “um sapato e ter que cortar os dedos dos pés para forçar o seu uso...” É racionalmente inadmissível.
Até o momento ninguém sabe e ninguém viu o tal projeto de revitalização da praça. Se é que ele existe. O que transparece é que o prefeito deseja melhorar a iluminação do local, colocando super-postes e as árvores impediriam a passagem da luz. Então...Que cortem as árvores. Atitude simplista, fácil e nada inteligente, do que fazer um sistema de iluminação cênica usando as próprias árvores como protagonistas. Abaixo as exóticas!
N.E. Foram cortadas quarenta árvores entre falsas-seringueiras, mangueiras e abricó.

Um comentário:

  1. Cadê a tal política participativa que o prefeito falava tanto na época de campanha???

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