terça-feira, 19 de outubro de 2010

Política do eu sozinho

Em um mundo globalizado e capitalista a figura do eu sozinho esta cada vez mais em extinção. A sociedade contemporânea é organizada e a maioria das pessoas tem consciência da necessidade de se agrupar para discutir, reivindicar e defender seus interesses perante o sistema político e econômico. Os trabalhadores se organizam em associações, sindicatos, centrais, enquanto o empresariado associa-se ao seu segmento, as federações...Etc.
Na política nos organizamos através dos partidos, mas é preciso que nas cidades, as comunidades também estejam dispostas a se organizar, para então ter representatividade perante os poderes.
Aqui em Antonina, o exercício da política e da organização é muito latente. Ainda não aprendemos a exercitar o pensamento coletivo, organizar para fortalecer e facilitar os árduos caminhos do bem viver em uma sociedade democrática. Quando - de alguma maneira - nos propomos em criar um corpo de idéias, seja ele com a representação de uma associação ou de um outro denominador qualquer, grande parte das pessoas ignora por inteiro, o quanto esta atitude poderá ser benéfica para toda a sociedade. Quem não se organiza e é contrário a tal atitude, continua fazendo parte dos analfabetos políticos. Daqueles que acham que política não serve para nada e não imagina que sua omissão contribui para a falta de segurança, para a prostituição infantil, para a corrupção e a falta de políticas públicas que possam melhorar a vida de cada cidadão.
Nos últimos trinta anos, sempre participei de alguma organização. Hoje, tendo o privilégio de desfrutar uma aposentadoria, sou sindicalizado da APUFPR-Sind / Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná. Quando ainda na ativa, fiz parte do Conselho de Representantes. Neste longo caminhar, com a democratização do país (1982), ajudei a fundar a APAP-PR – Associação dos Profissionais de Artes Plásticas do Paraná e a APAEP-PR _ Associação dos Artes-Educadores do Paraná.
Em Antonina, com valorosos e sonhadores micro-empresários, em 2007, fundamos a Aestur-Associação dos Empreendedores de Serviços Turísticos de Antonina. Mas, o que mais me entristece é ainda conviver com pessoas que subestimam o caráter organizacional e continuam insistindo que uma entidade classista, não serve para nada.
Governantes competentes e bem intencionados procuram sempre interagir com este tipo de organização, fazendo parcerias, discutindo maneiras viáveis para minimizar os problemas da sociedade, atitude que não encontra respaldo em nossa cidade.
Diariamente ouvimos das pessoas e principalmente de alguns empresários, que não precisam se associar a nada, pois sozinhos conseguem resolver seus problemas. Prática também exercida por nossos governantes, que se acham poderosos e milagreiros e se distanciam cada vez mais da comunidade, principalmente das poucas organizadas que ainda por aqui sobrevivem. A “gestão da masturbação” quer pública ou privada, continua dando prosseguimento ao estado de total falta de expectativas desenvolvimentistas para a nossa cidade e região. E tudo não deixa de acabar em porra. Porra mesmo!

Um comentário:

  1. O triste é ter uma associação que meia dúzia de pessoas que querem o desenvolvimento da aquilo que ele representa e foi criada, e muitas vezes nem esta meia dúzia quer se comprometer com o desenvolvimento desta associação, sobrando um ou dois que no final das contas perdem o tesão de fazer qualquer coisa.
    Quando é passada uma função para uma ou mais pessoas, a coisa não anda, entra reunião sai reunião e nada acontece, e não é por falta de cobrança.
    Não existe comprometimento entre as pessoas ou empresas, se pensa no coletivo, mas não se age pelo coletivo.

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