É muito difícil conviver em uma pequena comunidade, com
costumes altamente subservientes e religiosos, quando se usa da palavra e as
publica em um meio de comunicação. Este ser sempre é considerado malfeitor,
tagarela, encrenqueiro, de mal-com-a-vida, insatisfeito, pau-no-cú, ou seja lá
qual for o adjetivo lhe concedido.
O tratamento recebido pelos políticos de plantão é pior
ainda. De total “desprezo” ao então “maledicente”.
Se você continua insistindo com suas idéias e posições, irá
somar a cada mandato, mais e mais inimigo. Sua importância é destacada somente
quando um novo grupo inspira chegar a prefeitura. Aí começa a bajulação e
palavras soam como canções: “gosto de você porque fala a verdade!”.Pura
hipocrisia.
Mas, é só o eleito colocar as nádegas na cadeira da sala
palaciana, que a gente vira o chato...eterno insatisfeito...e por aí a fora.
Já por parte dos perdedores e daqueles que deixam o poder,
começa uma nova convivência de reconhecimento e agrado. Falsos sorrisos emitem
desejos de aproximação e até os seus escritos - então considerados falatórios
de oposição viram verdades.
Para o cidadão escritor... blogueiro, o sincero, crítico
e analista acirrado dos desígnios da cidade, sobram sempre desencantos,
desacatos e desencontros (e até processos judiciais).
Dezenas de pseudo-s inimigos cruzam ruas e olhares, sem ao
menos saber dizer o porque. Mas confesso que a energia é péssima...muito ruim,
lastimável e sofrível.
Será que tudo aquilo que o escriba “odiado” escreve e
acredita, caso fosse visto e realizado pelo poder público, não melhoraria
consideravelmente a vida de muitas pessoas?
Ou será que os considerados “estrumes” escritos, lidos e “ignorados”
pelos poderosos de passagem, não seriam saudáveis flores jogadas ao relento?
Certos seres pensantes acreditam que cada pessoa tem uma
missão a desempenhar aqui no nosso mundinho - que não é o meu caso - mas
se isso for verdadeiro, acho que continuarei escrevendo e jogando palavras
fora.Quem sabe um dia alguém possa encontra-las, aproveita-las e
torna-las ações.
Mas confesso que é muito difícil ser verdadeiro. Tenho dito.