quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

NÃO ENTENDO V...

Se realmente o prefeito tinha um bom relacionamento com a maioria dos vereadores da Câmara Municipal de Antonina, poderia muito bem - numa breve e clara conversa - ter convencido seus pares a eleger a chapa apoiada pelo seu grupo. Mas o resultado foi uma goleada contrária de 7x4. A mesa diretora por mais um ano continua na mão de seus oponentes.
Por que usou de subterfúgios nada convincentes, de arrogância e prepotência se tudo estava sobre controle?
... DESCULPE MINHA SANTA IGNORÂNCIA!

Memória Fotográfica...Gente da Gente

Alcione Baron
Jorge Gago
Rá Rá

Pobreza de Espírito

Final de ano e muita festa para comemorar o Natal e o início de mais um ano. Nossa cidade continua a mesma com seu ar de grandeza do passado, mas com seu vestido roto. A “Antonina de Verdade” continua com a mentira e a incompetência dos administradores públicos, que como sempre, priorizam seu bem estar o da família e apadrinhados, em detrimento das ações voltadas para a comunidade.
A temporada de verão 2014 que era para ser iniciada em 10 de dezembro, novamente o governo estadual contribui com o seu “eterno” descaso para com a região, e deixa tudo, digo o pouco, para dia 20. Por aqui nada de especial se deslumbra...
Meia dúzia de puxa-sacos oficiais (em todos os níveis) comemoram o final do ano, se auto-presenteiam e se deslumbram com suas conta-poupanças recheadas pelos salários pagos com os impostos dos contribuintes. Que se omitem e assistem o “passar da carruagem” e nem ao menos ladram.
As praças locais mais populares das comunidades – continuam tristes. Sujas, com bancos quebrados sem flores e nenhuma “luizinha” para agradar os olhares da criançada e o espírito da festa. Pobre e rica cidade.


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

ENTREVISTA IV*

Bloco do Boi do Norte 
ENTREVISTA IV*

Voltando aos bois (Blocos Carnavalescos), fora do carnaval, os grupos fazem apresentações distintas. O Boi do Norte faz a encenação da morte e ressurreição e o Boi Barroso dança a Balainha. Eles representam a cidade de Antonina? Como você vê isso?

Pela pouca diversidade que temos em nossas manifestações culturais no litoral, quando os grupos de Antonina se apresentam é um sucesso. Sabemos fazer isso muito bem. Temos uma riqueza musical que nenhum outro lugar do litoral paranaense tem, porque temos uma escola de educação musical que é a Filarmônica Antoninense. As pessoas desses grupos também são direta ou indiretamente ligadas a essa escolaridade, através de parentes, amigos. Então temos uma musicalidade patente na cidade, como a família Graciano, a família “Pinto Louco” entre outras. Eles têm essa vivência no sangue, e quando chegam em algum evento fazem sucesso.
Os grupos são bonitos: o Boi Barroso é rico visualmente, as pessoas sabem trabalhar bem as cores, composições, brilhos; já a beleza do Boi do Norte está na simplicidade, eles têm uma cor própria, uma cor “rota” (como diz Adalice Araújo) bem característica deles, que parece velha, gasta, e que também é linda, mas exige um outro olhar. Os blocos são muito distintos, apesar de serem da mesma fonte, do mesmo lugar.

Os Blocos de Boi representam o povo de Antonina?

Acho que eles representam uma parcela, uma pequeníssima parcela do povo antoninense. É interessante perceber que os grupos sobrevivem e eles não fazem as apresentações por dinheiro, acho que é uma coisa da alma. Os organizadores sabem que não terão recursos, e mesmo assim eles saem na avenida, como o Boi do Norte, com suas limitações. Parece que são alimentados por uma vontade de cumprir seu papel no carnaval.  Depois, o grupo “desaparece” porque o carnaval parece que é o foco deles e porque eles não têm uma sede física, não tem dinheiro, não tem apoio político nem financeiro. Mas ainda assim eles continuam fazendo a festa. É o desafio da sobrevivência que parece impulsioná-los, o elemento criador que está sempre à frente de tudo. Então tem o grupo que mantém a tradição e o novo grupo que saiu deles e que precisa criar algo novo, fazendo releituras.

Como você vê essa questão do “boi rico” e do “boi pobre” ?

Veja bem, eu não usei esse termo, eu me referi ao bloco que está mais próximo de manifestações mais simples porque as pessoas que participam do grupo são de uma classe econômica menos abastadas. Para eles, uma camiseta é suficiente para brincar no carnaval. Eles não têm essa pretensão de usar uma indumentária brilhante para os olhos dos outros, o seu desejo é simplesmente de participar da festa e basta àquela fantasia. E que fantasia é essa? Será que é a indumentária ou a fantasia da sua cabeça, o desejo de estar na festa? Então, se o bloco foi estigmatizado como “dos pobres”, pode até ser dos pobres, mas não dos pobres de espírito, porque eles têm sua riqueza cultural, é uma questão de parâmetros estéticos. A indumentária do grupo reflete a sua própria realidade, é a estética do cotidiano deles, da casa, dos móveis, da sua economia também, claro que é, mas antes de ser econômico, é estético e cultural.

Para finalizar, você falou que Antonina tornou-se Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Os blocos de boi podem ser considerados patrimônios da cidade?

Sim, os dois blocos fazem parte do nosso patrimônio imaterial.

*final da entrevista com Eduardo Nascimento (Bó) concedida a Beatriz Helena Furianetto (doutoranda da UFPR) 18-05-2013


Veja a entrevista completa no MARCADOR/Entrevista (coluna ao lado direito do blog).

sábado, 7 de dezembro de 2013

NÃO ENTENDO IV...

A próxima Festa do Caranguejo de Antonina será realizada na Estação Ferroviária. Para que serve então o Mercado Municipal da cidade?

... DESCULPE MINHA SANTA IGNORÂNCIA!

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Em tempo de presentes...

 Foto impressa em papel fotográfico Glossy - formato A4 - apenas R$50,00 Autenticada
Encomenda por e-mail: eduardobo1951@gmail.com ou ao vivo no JekitiCultural.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Tudo pode!

Apesar da cidade ainda ter um tráfego de veículos suportável, o insuportável é a falta de respeito e responsabilidade de poder público e de muitos motoristas. Ontem, mais uma vez fui vítima de mais uma irresponsável aprontada.
Um caminhão de carga de material de construção achou para o seu bem, parar na contra mão ao descarregar mercadorias na rua em que resido. Fiquei minutos atrás dele, à espera da sua “boa vontade”. Eles fazem das calçadas e ruas o que bem entendem.

Poder público
A sinalização de trânsito da cidade é de responsabilidade da prefeitura, que até o momento não fez absolutamente nada para solucionar os problemas no centro da cidade. Ruas continuam sem placas e quando tem estão em péssima situação. A fiscalização é de responsabilidade da Polícia Militar, que também não faz sua parte. Então povo...Foda-se!

Mau exemplo
Nosso alcaide maior, em lugar de dar exemplo também usa a calçada de frente a sua residência, para estacionar o seu carro e em muitas vezes até o carro oficial ali pernoita.

Carga e descarga
Outro problema que se agrava por não termos um sistema de trânsito nem sequer no “anel-central” é a falta de um horário para carga e descarga em nosso comércio. Aqui as transportadoras chegam, param e descarregam a qualquer hora. Fecham rua pelo período que desejarem e ninguém – a não ser os prejudicados que reclamam – faz alguma coisa.

Parece que agora chegamos ao “fundo do poço”, e vivemos em uma cidade onde a autoridade “responsável” nem sequer pensa ou faz alguma coisa para beneficiar a sociedade como um todo.             Senhores...Podem ficar a vontade!

Comenda Honório de Oliveira Machado


No último sábado, 30 nov, tive a honra de receber a Comenda Honório Machado, concedida pela Augusta Loja de Perfeição Dr. Carlos Eduardo Maia – Vale de Antonina e a Ordem Maçônica e o Supremo Conselho do Grau 33 do Paraná.
Pela primeira vez a centenária Casa de Antonina homenageou personagens que não fazem parte de seu quadro de irmãos, cabendo a mim e mais cinco personagens capelistas.
A cerimônia aconteceu em alto-nível sendo mais um dos belos momentos vivenciais na minha pátria cidade. Também pude rever velhos e memoráveis amigos tais como Eduardo Vieira, Nelson Barbosa, Yara Sarmento, Antonio Gonzaga...Entre outros.
Obrigado a todos que souberam...Antes de qualquer coisa, transformar minhas modestas ações de vida - muitas vezes não entendidas – nesta singela e marcante homenagem.

“Honraria concedida anualmente, para homenagear aqueles cuja atuação na Sociedade Antoninense em muito se coaduna com os princípios da Ordem Maçônica, quando se constata que seus conhecimentos, sua energia e parcela do seu precioso tempo são coladas de forma espontânea e desinteressadas em benefício da coletividade, e que, por isso mesmo, são exemplos dignificantes para todos os concidadãos”.


Pose para as fotos

sábado, 30 de novembro de 2013

Homenagem – Comunicado aos amigos e familiares

Hoje, sábado 30 nov 13 – estarei sendo agraciado com a Comenda Honório de Oliveira Machado concedida pela Augusta Loja de Perfeição Dr. Carlos Eduardo Maia – Vale de Antonina e a Ordem Maçônica e o Supremo Conselho do Grau 33 do Paraná.

“Honraria concedida anualmente, para homenagear aqueles cuja atuação na Sociedade Antoninense em muito se coaduna com os princípios da Ordem Maçônica, quando se constata que seus conhecimentos, sua energia e parcela do seu precioso tempo são coladas de forma espontânea e desinteressadas em benefício da coletividade, e que, por isso mesmo, são exemplos dignificantes para todos os concidadãos”.

Local: Loja Estrela de Antonina
Rua Antonio Prado, 06
Horário: 19h


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

NÃO ENTENDO...III

Se realmente a prefeitura tem recursos sobrando (R$1.900.000,00) para complementar a obra da Av. Conde Matarazzo, a qual já foi licitada e paga pela Transpetro.
Por que não aplicar os recursos para equipar o Novo Hospital e coloca-lo a serviço da comunidade?

... DESCULPE MINHA SANTA IGNORÂNCIA!

terça-feira, 26 de novembro de 2013

“Até parece que tem cabeça de bode enterrada!” Histórias e Estórias XVII

“Até parece que tem cabeça de bode enterrada!”

Este é um ditado popular que ouvimos em muitas esquinas das pequenas comunidades brasileiras, quando a crença popular está mais voltada para o erro do que para o acerto, de uma ação que teria tudo para ser concretizada. Ser um sucesso.
Até parece que a tal “urucubaca” deve mesmo existir, e toma conta do imaginário popular.

Aqui em nosso rincão Guarapirocabano, o último “não deu certo” a ecoar por toda cidade, foi referente à instalação da empresa Techint junto ao falecido Porto Barão de Teffé - que há muitas décadas não aporta nada - de propriedade do Governo Estadual.
A tal empresa já estava treinando funcionários, e não é que uma quebra de contrato interrompeu o percurso... e de novo “ficamos a ver navios...” Agora foram plataformas.

“Crer em bruxas não creio... mas que elas existem... existem!”
Revendo nossa história, deparamos com fatos interessantes e até intrigantes, mas que certamente poderiam ter influenciado esta desconcertante descrença. Até parece “praga de madrinha”.
Desde nossos primeiros povoadores, 1712 - conta Ermelino de Leão¹ - o então todo poderoso Valle Porto encomendou a um santeiro da Bahia uma imagem de Nossa Senhora do Pilar, santa venerada por um grupo de devotos do pequeno povoado. Não se sabe porque, o santeiro envia a imagem de uma outra santa: Nossa Senhora da Soledade.  
A comunidade não aceita a imagem e é devolvida para o santeiro em troca da solicitada.
Para determinada parcela de devotos, devolver uma santa (seja ela qual for) é um ato que poderá dar azar, e toda a comunidade será atingida. Deve ser a tal “praga de madrinha”.
A imagem encomendada da Santa do Pilar, mais tarde foi recebida e reina até os nossos dias em seu ordeiro santuário.

Nos anos que sucederam o golpe militar de 64, nossa comunidade católica foi pastorada pela Congregação Redentorista (padres americanos), que de toda a maneira tentou impor o culto a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em detrimento a tradicional padroeira do Pilar. Mas apesar da grande adesão de devotos à santa do “quadro milagroso”, continuou prevalecendo a crença em nossa histórica padroeira.
Novamente podemos constatar um conflito de crenças e mais uma vez, uma outra santa foi rejeitada e apenas ficou com uma capelinha de madeira. Bem... Coisas de crenças!

O mais recente e interessante envolvimento religioso com a cidade aconteceu no final dos anos noventa. Onde o INRI Cristo comprou uma chácara no Bairro do Saivá e lá se instalou com seus discípulos. “Aqui é a nova terra prometida e irei alicerçar meu templo... luz para o novo milênio”, aclamava sua “santidade”.
A população novamente rejeitou a ponto de ter que vender sua propriedade e procurar outra cidade para instalar sua nova moradia.
Comenta-se que ele – considerado o novo “filho do pai” – amaldiçoou o local, devido sofrida rejeição. 

Para muitos isso pode ser considerada heresia de minha parte, mas como “escrivinhador” tento narrar parte da vivência e informações que adquiri ao longo dos meus modestos anos.
Particularmente sou incrédulo em tais fatos, e vejo com tristeza crenças pessimistas relacionadas com a cidade.
Minha fragilidade faz-me acreditar que vivemos numa região economicamente pobre e politicamente obtusa, onde nossa auto-estima minguou. E somente num passe de mudança de comportamento, que poderemos resgatar a luz do crescimento, priorizando a educação e a geração de renda e emprego. Com ou sem santo. Acredite se quiser!


¹De Leão, Ermelino Agostinho. Homens e Fatos de Antonina, 1918.

NÃO ENTENDO...II

Por que o Hospital Municipal Novo (com o velho nome) ainda não está funcionando, após um ano de entrega. Recurso financeiro não falta, pois “continuamos” pagando um aluguel de R$20.000,00 mensais para usar a antiga sede da sucateada Maternidade... Qual será a dificuldade?

DESCULPE MINHA SANTA IGNORÂNCIA.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

JekitiCultural 7...Personagens








O JekitiCultural 7 - apesar da chuva intensa– novamente foi marcado pelo encontro de pessoas. 
A animação ficou por conta do pessoal dos Amigos da Carioca, dos integrantes do 
Boi Barroso (leia-se família Pinto Loco) e da Velha, somados aos poucos expositores que deixaram 
a chuva de lado e vieram para o abraço. Caetano saiu _a toda prova - comprar mais duas lonas para proteger a alegria. E viva a vida e o JKTCultural. O próximo será no domingo 29 de dezembro
com muito espumante e foguetório.

 Veja mais fotos:




Como a vida é única. É com pesar que registramos o falecimento do nosso companheiro de todos os dias João Túlio. Que ontem nos deixou “aqui no andar de baixo”. 
Cumprimentos dos amigos do Jekiti aos seus familiares.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Depois que passaram as festas..."vale a pena ler de novo"

Publicado em 20/08/2009 e no livro "Tenho Dito" 2012
DEPOIS QUE PASSARAM AS PRINCIPAIS FESTAS ANUAIS DA CIDADE...

Ao menos para o turismo. É o momento de se abrir um canal de diálogo entre a sociedade, a administração pública e os promotores dos tais eventos.
Ainda carecemos de um canal participativo oficial – Conselho da Cidade, Conselho de Cultura... ou de Turismo –, instrumentos legais e ligados diretamente aos eventos, como meios de manifestação cultural e turístico. Faz-se necessário um espaço para que se possa avaliar o que foi feito este ano, aparar as arestas e partir para um projeto mais aperfeiçoado e profissional.
A maior parte das nossas festas, principalmente as mais importantes, são públicas e ocupam espaço urbano não projetado para o seu desenvolvimento.
Sendo a construção de um Centro de Eventos algo para se pensar – falo há mais de 20 anos – em médio prazo, se faz necessário definir, ao menos, um novo espaço urbano que possa agregar esse tipo de manifestação, com a mínima infraestrutura necessária. Caso isso venha a acontecer, muitos serão os benefícios, principalmente quanto à preservação ambiental, do nosso calçamento e dos prédios históricos e, principalmente, respeito aos moradores e comerciantes legalmente aqui estabelecidos.
Já se faz o tempo de reconhecer que vivemos em uma cidade especial, rica historicamente e de uma natureza exuberante e protegida por lei. Nossos monumentos históricos, como as Igrejas, o Theatro Municipal, a Estação Ferroviária, o prédio da Prefeitura e até a nossa centenária Escola “Dr. Brasílio Machado”, merecem ser protegidos e ficar imunes às intempéries das barracas e de outros utensílios barbarizantes.
A sociedade deve ser ouvida. A administração municipal deve assumir suas responsabilidades frente à cidade e ao evento e impor normas e limites para o uso dos espaços públicos e principalmente para a exploração comercial.
Se alguma instituição achar por bem tornar sua manifestação algo público e precisar utilizar os espaços abertos e urbanos, independente de quem seja: Associação de Bairro, Entidades Religiosas, Acadêmicas, Clubes de Serviço e até mesmo a prefeitura, deverá obedecer determinados critérios e limites, garantindo a liberdade de expressão e o direito de cada cidadão.
Precisamos iniciar um processo para a melhoria da nossa qualidade de vida. E se as nossas festas são meios de geração de renda, não deveriam continuar sendo feitas sem nenhum critério. Precisamos discutir para melhorar. Todos ganham, desde que não continuem olhando para os seus umbigos.

P.S. Meu convite como ex-sócio e fundador da Aestur – Associação dos Empreendedores de Serviços Turísticos de Antonina – para a entidade dar início ao processo.


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

NÃO ENTENDO..

Por que a obra de revitalização da Av. Conde Matarazzo está parada há mais de 60 dias e nem ao menos estão fazendo as calçadas e a ciclovia?


...DESCULPE MINHA IGNORÂNCIA!

Resultado de Enquete

Quanto a Criação do Parque Municipal Natural da Laranjeira

Sou favorável: 83%
Sou contra: 6%
Melhor é deixar como está: 4%
Não tenho opinião formada: 6%

Total de votos: 98


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

ENTREVISTA III

Foto ilustrativa. Atelier do Boi Barroso.
ENTREVISTA III*

Você acha que o carnaval tem sido uma representação da comunidade?

“Acho que nosso carnaval é um pouco das Escolas de Samba e dos Blocos de rua do Rio de Janeiro, é um pouco da Bahia com trio elétrico, e os Blocos do Boi referem-se ao norte e nordeste, então, daqui mesmo é muito pouco.
O carnaval mais tradicional do Paraná é uma grande mistura. Ainda assim, Antonina é a cara do Paraná, é isso mesmo, um pouco de cada coisa. Então, hoje temos um carnaval que sem dúvida é muito bom, uma festa tranquila, cheia de alegria, não é aquela “festa da carne” como o nome diz, mas é o "carnaval da família", onde as pessoas podem sair nas ruas com tranquilidade, e é um carnaval diversificado, que tem de tudo.
Sábado tem desfile dos blocos e baile na rua com trio elétrico, domingo tem o desfile das Escolas de Samba, mas entre 1980 e 1990 os antoninenses viraram platéia, ficavam assistindo as pessoas virem de fora com suas plumas e paetês, nos seus carros alegóricos.
Hoje não, a cidade incorporou mais as Escolas de Samba. Essas Escolas até a década de 1980 eram grandes blocos carnavalescos, depois começaram a ser formato de alas, a copiar o Rio de Janeiro, começou a ter concurso entre as escolas. Hoje o concurso acabou, mas se é Escola de Samba tem que ter concurso, senão é como ter time de futebol e não participar de campeonato parece uma coisa estranha.
No caso dos blocos carnavalescos, principalmente no caso do Boi do Norte que é mais tradicional, eles sempre foram uma manifestação mais simples e espontânea possivelmente trazida por algum trabalhador, algum estivador do norte ou nordeste do Brasil que veio para cá e montou o grupo, não tenho esse dado. Então, são sempre pessoas simples com seus ornamentos de acordo com a sua cultura, a sua simplicidade, e que faziam do momento do carnaval a sua festa, a sua alegria. Sempre fui a favor, tentei defender – em um determinado momento - um espaço para que essas pessoas continuassem tendo o espaço delas, em detrimento das Escolas de Samba que cresceram e “viraram luxo”, enquanto os blocos “viraram lixo”.
Quando as Escolas de Samba ganharam alas e carros alegóricos, houve um choque de comportamento, de identidade, de fantasias. É um choque mesmo colocar a Escola da Capela, por exemplo, ao lado do Bloco do Boi. E nos últimos anos, esses blocos também estão se transformando em alas. O que acho mais preocupante ainda, além dessa transformação de Blocos em Escolas de Samba, é a maneira como eles interagem com a população no dia do carnaval. A minha concepção de Bloco é que há uma interação com a comunidade, a qual vai atrás, vai junto...Participa da “coreografia espontânea”, não é uma platéia. Espetáculo é Escola de Samba, tem um sambódromo, um grande teatro ao ar livre, tem horário, coreografias, baterias, e você aprecia o espetáculo.
O Bloco é uma folia comunitária, uma catarse, onde todos participam. O Bloco do Boi é maravilhoso, antes o boi saia feito “um louco” atrás da criançada, mas hoje não, cercam a avenida e fazem aquela apresentação triste, é um boi triste.
Nova eles vêm perdendo identidade, o encontro com a população envolvente.
Os participantes, principalmente no caso do Boi do Norte que é mais tradicional, fazem essa simbiose com a comunidade, são eles que chamam a comunidade para participar, mas quando colocaram a cerca, virou desfile.
Posso estar enganado, mas é a minha concepção. Antigamente os blocos brincavam livremente, não havia desfile nem horários rígidos.
Mudanças aconteceram, acho que os organizadores, as autoridades responsáveis pela festa, se preocupam demais com a organização do evento. É claro que deve ter infraestrutura, segurança, recursos, mas determinadas situações não precisam ser organizadas, e não existe um debate aberto com a sociedade, que com certeza contribuiria para ajustar algumas deficiências”.

Continua na próxima semana...


*entrevista com Eduardo Nascimento (Bó) concedida a Beatriz Helena Furianetto (doutoranda da UFPR) 18-05-2013

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Memória Fotográfica

Caserna dos Escoteiros - década de 50
Rua Barão de Teffé - Década de 50
Tv. Mestre Adriano- Década de 50

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

EQUÍVOCOS?

Ontem a cidade festejou seu aniversário, considerando o 6 de novembro de 1797 quando deixou de ser somente uma comunidade religiosa e se tornou politicamente Vila Antonina, que depois virou cidade. Ao completar seus 216 anos de autonomia política, ouvimos e acompanhamos algumas postagens nas redes sociais – e até no palanque oficial - que de fundação completamos 299 anos e ano que vem comemoraríamos nossos 300 anos.
Como um modesto cidadão – pois não sou historiador – tenho lido nos alfarrábios escritos pelo historiador Ermelino de Leão*, que o 12 de setembro de 1714 se refere à data da autorização para construção da capela de Nossa Senhora do Pilar, pelo então bispo de Rio de Janeiro, D.Francisco de São Jerônimo. Em terras doadas por Valle Porto, que aqui se estabeleceu por volta de 1712.

É bom deixar bem claro que oficialmente nossa cidade não tem data de fundação e nem mesmo hino oficial. Temos datas e hinos para todos aqueles que a quiserem mais velha ou mais nova. Mas nenhum gestor teve a capacidade cognitiva de promover e oficializar tal e importante lei.
Na então gestão do prefeito Canduca foi nomeada comissão para discutir e propor a data de fundação e o hino oficial, e dentro do prazo estabelecido foram concluídos os trabalhos e emitido os pareceres. Mas sua displicência e descaso – marcas da gestão – foram mais eficientes e nada foi encaminhado para que realmente possamos comemorar com conhecimento, uma data que tanto proclamamos...E “não temos”.

12 de setembro de 1714 – início da construção da igreja
6 de novembro de 1797 – elevação a Villa Antonina (fundação).

E Tenho Dito!

* Leão, Ermelino Agostinho de. Homens e Fatos de Antonina. 1918.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

6 DE NOVEMBRO DE 1797 - Vale a pena ler de novo

Vista parcial da cidade em 1930
SALVE ANTONINA
Publicado em 5 de novembro de 2009

Pequena História da Cidade
Os primeiros registros encontrados sobre o nosso povoamento, data do século XVII, mais precisamente entre os anos de 1646 e 1649, quando o Provedor de Paranaguá, Gabriel de Lara autorizou os assentamentos de Antônio de Leão, Pedro Uzeda e Manoel Duarte na região conhecida como Guarapirocaba, primeiro nome da Ilha do Teixeira.
Mas, somente em 1712, o Sargento-Mór Manoel do Vale Porto – considerado o fundador da cidade – se instala por aqui e cria o Sítio da Graciosa (Ilha do Corisco). Vale Porto reconhecendo a crendice católica da população pela Virgem do Pilar, mandou construir uma capela dedicada a sua devoção, sendo autorizada pelo bispo do Rio de Janeiro em 12 de setembro de 1714, e oficialmente inaugurada no dia 14 de agosto de 1722. A capela passa a ser a mais nova referência para a sua população, que passou a ser conhecida como “capellista”, por estar situada em torno da capela, e a ser denominada de Freguesia de Nossa Senhora do Pilar da Graciosa.

Em 06 de novembro de 1797, é assinada a sua emancipação política de Paranaguá, e passa a ser denominada como Villa Antonina, em homenagem ao Príncipe Dom Antonio, filho de Dom João VI e da rainha Dona Carlota Joaquina de Bourbon.

Por sua localização privilegiada entre a serra e o mar, a Vila Antonina cresceu e teve no porto a sua mais importante atividade econômica. No início do século XX contava com mais de dez atracadouros particulares, onde movimentavam as mais diversas cargas, entre elas, erva-mate, madeira, trigo e sal que desembarcavam através do porto das Indústrias Francisco Matarazzo. Até a década de 40, o Porto de Antonina estava entre os cinco mais importantes portos em movimentação do país.
No final dos anos noventa, após cinco décadas de declínio e estagnação, o município volta conviver com a movimentação portuária, graças a instalação dos Terminais Portuários da Ponta do Félix, de iniciativa privada.

(texto do extraído do ensaio: Memórias do Litoral/Sesc-Pr. Eduardo Nascimento-2007)

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

PARQUE MUNICIPAL NATURAL DA LARANJEIRA

Aconteceu hoje, 04 de novembro-10h30, a entrega do Relatório de estudos do Grupo de Trabalho da Laranjeira, ao Presidente da Câmara de Vereadores de Antonina, vereador Marcio Balera. Protocolado sob o nº 511/2013.
O grupo de estudos GT da Laranjeira - desde abril de 2012 vem se reunindo e discutindo as possibilidades de utilização do Bairro da Laranjeira, cuja área foi drasticamente atingida pelas chuvas de março de 2011.
O Relatório Técnico propõe a criação de uma Unidade de Conservação denominada de Parque Municipal e Natural da Laranjeira, que poderá ser discutido e aprovado por aquela Casa de Leis.

Participantes do grupo de voluntários: Ailde Mendes Polari, André Garcia, Caetano Cândido Machado, Cássia Fonseca, Eduardo Bittencourt do Nascimento (articulador), Fernando José Dias, Izis de Oliveira Mendes, José Maria Rosa Filho, Julio César Campos, Laís de Oliveira, Mônia L.F.Fernandes, Nelson Mendes, Ruth Fernandes de Oliveira, Wagner Corrêa Santos.

cópia do expediente do GT


Foto da reunião na Câmara Municipal após
entrega do documento.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

ENTREVISTA II*

ENTREVISTA II*
continuação da Entrevista I

Quais os caminhos para desenvolver este potencial?
Primeiro é a vontade política, que passa por algo chamado educação e conscientização do que eu sou e para onde eu vou. Nós não temos conscientização por falta de educação. Então, a educação é elemento fundamental para a formação da personalidade e da consciência. Não adianta apenas vontade política se a população não tem consciência, mas a sociedade consciente obriga a autoridade a fazer, e a sociedade não vai votar em uma autoridade que não esteja envolvida com a sua identidade.  Hoje o grande problema é o conflito de identidades, não há uma conscientização de quem somos, dos valores que temos e sem isso não vamos a lugar algum.

O que os antoninenses podem fazer para construir uma identidade cultural?
Tudo passa pela educação, é um processo a médio e longo prazo. A maior dificuldade para diminuir esse prazo se encontra na própria comunidade, para se criar grupos que possam trabalhar em comum, para que esses valores sejam conversados junto com a comunidade.
O Paraná tem uma diversidade cultural, muitos imigrantes, mas não é o nosso caso aqui, nós somos índios. Quando os portugueses chegaram aqui encontraram os carijós. Hoje, não temos mais os índios nem os portugueses, os japoneses e os alemães que vieram depois foram embora na guerra, ficaram alguns italianos em Morretes. Por exemplo, o caldo cultural de Morretes, cidade vizinha, é totalmente diferenciado de todas as outras cidades, lá se encontra uma certa identidade porque Morretes ainda é considerada uma “colônia italiana”. Em Antonina nós não temos mais isso, perdemos com o tempo, com a decadência econômica essas famílias procuraram outros horizontes. Ficaram aqui pequenos comerciantes, uns comércios de sobrevivência... Farmácia, barbearia, padaria, mas não tem uma atividade econômica que dê sustentabilidade para a própria identidade da cidade.

Hoje, em Antonina, é possível perceber traços dos índios e portugueses?
Acho que temos um pouco dos costumes indígenas na alimentação, na contemplação do mar, dessa paisagem caiçara, que é uma paisagem altamente diferenciada da serra acima. Esse é um dos potenciais que falávamos, e que pode ser transformado em atrativo turístico. Mas temos que ter um cuidado enorme para que o turismo seja sustentável, em que a consciência da cidadania e da natureza seja maior que os interesses do turista. É complicado quando o turista se torna o centro das atenções, ele vem e explora, é o turismo pelo turismo, a troca do capital pelo produto e serviço, isso é horrível. Então temos que ter cuidado ao transformar nosso potencial em produto e serviço.

A festa também pode ser um caminho para atrair turistas?
Acho que é um grande caminho, mas tenho um certo receio com festa porque ela deveria se chamar evento: como a festa vem, ela vai embora. Então, a festa deve ser realmente uma representação da comunidade.

Continua na próxima semana...


*entrevista com Eduardo Nascimento (Bó) concedida a Beatriz Helena Furianetto (doutoranda da UFPR) 18-05-2013

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

GT da Laranjeira...proposta.

Presentes na última reunião
Finalmente, ontem, 23 out. em reunião o grupo de estudos “GT da Laranjeira” - que desde abril de 2012, vem se reunindo e discutindo as possibilidades de utilização do Bairro da Laranjeira, cuja área foi drasticamente atingida pelas chuvas de março de 2011- deu por encerrada suas atividades, com a aprovação de relatório técnico que será encaminhado a Câmara Municipal de Antonina, podendo ser transformado em lei, criando o Parque Municipal e Natural da Laranjeira.


Área proposta para a criação do
Parque Municipal Natural da Laranjeira








GT Laranjeira - É um grupo de trabalho voluntário, criado em abril de 2012 no sentido de discutir e elaborar uma proposta de uso sustentável para a área atingida do Bairro da Laranjeira. As reuniões foram realizadas na Biblioteca Pitagórica – Clio – Batel.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Resultado da ENQUETE:

Como você avalia os 9 meses da Gestão João Domero?

Ótimo: 9%
Bom:14%
Mais ou menos: 12%
Ruim: 9%
Péssimo: 33%
Decepcionante: 18%
NDA: 2%

Total votantes: 143

Uma enquete nada mais é que uma “fotografia” do momento daquele grupo quanto aquele assunto. No caso da Administração Municipal gestão João Domero, os últimos resultados tem registrado um total descontentamento com a condução da cidade. A maioria (33%) votou que a administração é Péssima. Se somarmos o lado positivo teremos um total de 23% (ótimo e bom), que é considerável. Em compensação o lado negativo soma 60% (ruim, péssimo e decepcionante). 
O critério Decepcionante, dificilmente se encontra em uma enquête, mas como nosso eleitorado tem como critério à amizade e não a capacidade, achamos por bem coloca-lo. E fica claro que dentre o eleitorado do prefeito, 18% está Decepcionado.
Números são números. Ou se leva a sério ou se ignora. Uma questão de escolaridade. Podem ficar a vontade!


terça-feira, 15 de outubro de 2013

ENTREVISTA I *

Como você descreveria a identidade do povo antoninense?

Nós sofremos um grande problema de identidade com a falta de perspectiva econômica, pois estamos há mais de trinta anos tentando sobreviver ao golpe econômico que aconteceu a partir da ditadura de 1964. Com o fechamento de indústrias e do porto, e investimento maciço na área portuária de Paranaguá, a nossa economia foi à decadência. Então, quem mais sofre com a decadência econômica é a população. Seus filhos precisam sair dos seus locais para encontrar novos horizontes. Nisso eu me incluo, porque saí daqui com 21 anos e retornei com 54. Penso que hoje vivemos um momento de resgate da identidade cultural, porque temos a possibilidade de desenvolvimento de um projeto de recuperação da história da cidade, quando o governo federal decreta o tombamento da cidade como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Acho que aí começa um novo período, que é o resgate da nossa auto-estima a partir da reconstrução da nossa história. Hoje, a história de Antonina pode ser considerada latente, mas não patente. Se precisarmos de uma documentação histórica, contamos somente com o livro do Ermelino de Leão, mas essa obra é de 1918, ou seja, passamos quase um século sem contadores de história e pesquisadores. Então, acho que temos um problema de falta de identidade.

Se não temos uma identidade formada, temos algumas características. Você pode falar dessas características?

Eu diria que vivemos em uma cidade com vocação natural para a atividade portuária, tanto é que até a metade do século XX, ela foi sempre explorada como o maior polo econômico e portuário do Paraná. Ela ainda tem essa vocação, mas, com o desenvolvimento econômico mundial, ela deixa um pouco essa sua vocação e sua atividade econômica se volta ao turismo. Infelizmente as autoridades municipais, estaduais e federais ainda não deslumbraram essa vocação que a cidade tem.
Hoje, com o tombamento, não se pode instalar indústria poluente, tem que ser indústria criativa. A característica da cidade é seu espírito e vocação turística e ecoturismo, porque além de fazermos parte de um processo de proteção cultural, Antonina faz parte de uma área de preservação permanente. Então, temos tudo para crescer, nossas características estão abertas, temos um potencial enorme para o crescimento sustentável. Essa é uma das nossas características - que eu percebo. Sem dúvida, a parte cultural e que me toca - porque me dediquei à vida inteira a essa área - é o nosso maior potencial, através da sua história, do seu memorial arquitetônico, dos seus eventos, das suas festas religiosas, pagãs e culturais. Antonina já tem alguns marcos culturais como eventos, mas precisa desenvolver-se como sendo ela mesma o evento permanente, e não acontecimentos isolados. A cidade precisa ser um marco cultural o ano inteiro, tem potencial para isso, é conhecida nacionalmente, mas desconhecida localmente.

Continua...na próxima semana


*entrevista realizada em 18.05.2013 a Beatriz Helena Furianetto (doutoranda da UFPR)

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Porto de Antonina...Histórias e Estórias XVI

Foto meramente ilustrativa - Porto 1930
Porto de Antonina

Ermelino de Leão¹ em seu livro de 1918, se apropria do relatório de 1877, do Barão de Teffé, para descrever determinadas “minúcias e verdades” sobre o então porto antoninense.
Entre as vantagens na época assinaladas está: “a situação topográfica de Antonina, que oferece dois acessos na serra, o da Graciosa e do Itupava, para a comunicação com o interior do Paraná”. Sendo o da Graciosa, convertido em uma das melhores estradas de rodagem que o Brasil possui (a Estrada da Graciosa foi construída para ligar o primeiro planalto ao Porto de Antonina – inaugurada em 07 de julho de 1873).

Fala de uma próspera comunidade, que na época (1877) contava com uma população 6 mil “almas” e que tinha vivenciado recentemente a elevação a cidade (1857). “Cidade pitoresca, que goza de um clima ameno e salubre, bem como soberbamente férteis as terras, principalmente no magnífico Valle do Cachoeira, que parece fadado às mais prosperas colônias”.

“O Barão do Teffé estuda sob todos os aspectos a superioridade do porto de Antonina, traçando um belo relatório, que com prazer, reproduzimos integralmente neste trabalho porque é um eloquente depoimento a favor do grandioso futuro desta terra”...conclama Ermelino de Leão.

Aqui registro algumas citações do Barrão de Teffé, que no momento considero essenciais a nossa identidade:

... “Tem, pois, o município de Antonina recursos próprios, e como entreposto do interior de toda a província  vê-se na cidade e porto um continuo movimento comercial que lhe dá vida e animação.
As ruas da cidade são em geral direitas, largas e limpas, as casas espaçosas e asseadas, o mercado bem provido e, sobretudo de carne verde superior e pelo preço barato de 200 reis o quilo e as suas fontes públicas abastecem de boa água a população.
Em resumo, em Antonina, a vida é cômoda e econômica, a índole do povo pacífica e alegre  ativo e sobremodo amável e hospitaleiro o caráter dos habitantes”.

...“Hoje Antonina ostenta o mais importante estabelecimento industrial do Estado – o Moinho Matarazzo erecto no próprio ponto assinalado por Antonio Rebouças para estação marítima da estrada de ferro do Paraná, e servido por uma linha  férrea que o põe em fácil comunicação com o interior do Estado”.

...“O futuro de Antonina está, pois, plenamente assegurado. O que devemos é trabalhar, com afã  para que o advento dos dias de progresso não seja retardado pela nossa incúria  É para lamentar que, no contrato de melhoramentos dos portos do Paraná fosse Antonina esquecida. Não somos dos que creem que, em futuro não muito remoto, os portos internos do Paraná se prestam para atender ao crescente volume do nosso comercio externo.
Teremos de cogitar na construção de um porto atlântico, em pleno oceano, que permita a franca navegação ao navios de alta tonelagem, se não quisermos ficar eternamente tributários dos portos de Santos e de S. Francisco. Esta se nos afigura a nítida compreensão das exigências do ardiloso futuro reservado ao Paraná.
Mas, nem por isso, nos devemos descuidar do presente e da conservação e melhoria dos nossos ancoradouros de Paranaguá e Antonina. Ambos são necessários para o atual movimento comercial do Estado, ambos podem e devem ser melhorados para permitir a expansão das nossas forças econômicas. A natureza está, sem duvida, escrevendo um capitulo de geologia, como bem observou douto viajante italiano. As nossas baias, dia a dia são obstruídas pelos detritos arrastados pelos numerosos rios, que lhes são tributários.
Tudo isto é triste e evidente verdade”.

E concluí: “É necessário, pois, que os poderes municipais de Antonina concentrem os seus esforços uniformemente, no sentido de obter esse resultado: a melhoria das condições do Porto sem maior ônus para o comercio que dele se utiliza”.

Antonina, 07 de outubro de 2013
Eduardo Bó do Nascimento


¹ Leão, Ermelino Agostinho de. Antonina, fatos e homens. 1918.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Antonina _ Síntese cronológica

Palestra no Brasílio Machado aos alunos da UFPR/Litoral
"AntonICH resgatando memórias. Prof Eduardo Nascimento apresenta uma síntese histórico-cultural da constituição e consolidação de Antonina. Um olhar muito especial de quem nasceu na cidade e depois de uma vida docente na UFPR, volta a viver na terra natal". (Prof.Valdo José Cavallet/ Diretor do Setor Litoral da UFPR).



ANTONINA – Síntese cronológica

Pré História _ Os tambaquibas – Sambaquis
1646/1649 – Autorizado os primeiros assentamentos (sesmarias) pelo Provedor de Paranaguá, Gabriel de Lara de Antônio de Leão, Pedro Uzeda e Manoel Duarte na região conhecida como Guarapirocaba, primeiro nome da Ilha do Teixeira.
1712 - Sargento-Mór Manoel do Vale Porto – considerado o fundador da cidade – se instala por aqui e cria o Sítio da Graciosa (Ilha do Corisco).
1714 – 12 de setembro, autorizada a construção da capela de Nossa Senhora do Pilar, pelo bispo do Rio de Janeiro, e inaugurada em 14 de agosto de 1722, passando a ser denominada de Freguesia de Nossa Senhora do Pilar da Graciosa.
1738 – Início do Caminho da Graciosa, partindo de Curitiba.
1797 – 6 de novembro, emancipação política e criação da Villa Antonina.
1857 – 21 de janeiro, elevação à cidade.
1873 – 07 de julho, inaugurada a Estrada da Graciosa.
1877 – Porto de Antonina – relatório do Barão de Teffé.
1885 – 2 de fevereiro, inauguração da Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá.
1892 _18 de agosto, inaugurados o ramal ferroviário Morretes-Antonina e a Estação Ferroviária da Laranjeira. 
1900 _ Início do período de desenvolvimento portuário, com as instalações de novos atracadouros. Ciclo da erva-mate e madeira.
1914_ Início das instalações das Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo.
1964_  31 de março, Golpe Militar.
1965 _ Estatização da Cia.Withers de Navegação.
1973_ Início das atividades voltadas ao turismo. Antonina, Mar, Arte e Amor.
1975 _ Fechamento das Indústrias Matarazzo.
1985 – Encerramento das atividades portuárias.
1989_ Incentivo às atividades turísticas: festas, patrimônio e gastronomia.
1991 _ Realização do 1º Festival de Inverno da UFPR.
1996 – Concessão para construção dos Terminais Portuários Ponta do Félix.
2008 – Aprovação do Plano Diretor.
2011 _11 de março, deslizamentos e enchentes;
         _29 de junho, tombamento parcial da cidade pelo Iphan. Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Grupos interessados na palestra é só entrar em contato: eduardobo1951@gmail.com. Público alvo: maiores de 16 anos. Ambiente adequado com tela e projetor datashow.
 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Analfabeto...


 Só pra relembrar!

Enquete. Como você avalia...

....os 9 meses da Gestão João Domero?

Registre sua opinião- na enquete ao lado direito superior do blog.
Aqui você pode opinar! Vote agora.


Mais um JekitiCultural.

O JekitiCultural 5 foi um sucesso. A marca do evento vem sendo construída mês a mês, e tem como ingrediente principal o reencontro. Pessoas se reencontram pessoalmente ou através das fotografias expostas e muita conversa de recordações. Além da boa música dos nossos cantores e instrumentistas e dos blocos folclóricos que sempre marcam presença.
No 5º tivemos o Bloco do Boi do Norte.
Já estamos pensando no próximo, que será realizado dia 27 de outubro – sempre no último domingo do mês. Venha trocar boas energias e aproveite para ouvir boa música, degustar um bom café com um bolinho de banana feito na hora. Se tiver o que mostrar (fotografias, antiguidades, pinturas, poesias...) aproveite o espaço para divulgar.
Veja alguns registros fotográficos:





















segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Mostre sua cara


“O maior patrimônio de uma cidade é seu povo. 
O maior Patrimônio Cultural são seus artistas. Patrimônio vivo! 
‘Saia do armário’ e venha mostrar seu trabalho no JekitiCultural – 
próximo dia 29 set. domingo. 
Mostre sua cara e contribua para dar mais vida a nossa cidade”. 
Tô nessa! 

Marcus Porvinha sempre marcando presença com seu acervo.

Aposentados graças a deus...(vale a pena ler de novo)

Publicado em 25/10/2009 e no livro "Tenho dito" 2012.

APOSENTADOS GRAÇAS A DEUS... E AO NOSSO TRABALHO
 

Esta é uma das frases que muita gente fala e ouve pela cidade. Vivemos em “uma cidade de aposentados”, tanto no bom como no mau sentido.
O paraíso é o ideal em que muitos aposentados se inspiravam quando ainda labutavam em seus postos. Mas tem muita gente, principalmente nós “capelistas”, que continua acreditando que aqui seja a melhor cidade do mundo para se viver. Mas não é bem assim.
Eu particularmente sempre achei que poderia contribuir – com minha experiência e natureza – para melhorar a cidade. E sempre tentei de alguma maneira deixar um pouco das minhas ideias e ações. Em 2005, fui convidado a fazer parte da nova equipe de governo que tinha um compromisso em mudar os rumos da cidade. Mudei de ares, topei o desafio e antecipei minha aposentadoria. Vou confessar que a motivação pela mudança e por ter um espaço na política me custou a perda de alguns R$, pro resto da minha vida. Mas topei. Entre poucas virtudes que tenho, uma é que não me arrependo das coisas que faço, pois sempre levo tudo muito a sério – até demais – nem que na metade do caminho tropece.
Iguais a mim existem centenas de pessoas que poderiam contribuir muito com a cidade e que também estão aqui por simples opção de vida, sem nenhuma preocupação de ordem financeira e com um desejo comum em viver bem e ver seus filhos e netos com expectativas de crescimento e qualidade de vida.
Mas aí é que mora o problema. 
Vivemos em uma cidade que passa por um longo período de estagnação social e econômica e ainda não achou sua nova vocação. Nossos mandatários mudam de quatro em quatro anos – alguns conseguem enganar duas vezes – e não conseguimos juntos dar um novo alento às nossas angústias do dia a dia. Ainda continuamos “a ver navios”. Com serviços públicos sem nenhuma responsabilidade e qualidade e governos sem a mínima participação popular. Claro... O “povo” não reclama, pois entende muito pouco ou quase nada do universo da política e dos políticos. Quem consegue dar seu berro solitário quase sempre é alijado do processo: “fala demais”.
Pela pequenez do nosso convívio era realmente para vivermos num paraíso. Mas é difícil, muito difícil, querer mudar um determinado padrão cultural enraizado, paternalista e com imensa dependência de submissão religiosa. As nossas autoridades políticas usam e abusam destes ingredientes e, sem contestação, vão dando prosseguimento ao estágio de letargia. Sequer conseguem montar um serviço competente de limpeza da cidade... Imagine pensar em um projeto de desenvolvimento sustentável a curto e médio prazos? Loucura.
Assim, nós “cidadãos aposentados... Graças a deus e ao...”, vamos lentamente também incorporando o espírito derrotista que paira em todos os cantos e esquinas do nosso velho rincão guarapirocabano. Mas, eu em particular, continuo tentando colaborar com a “minha vila” global. No mínimo exijo viver em um ambiente limpo e arejado. Porque quando começar a me satisfazer com menos que isso, já chegou a hora de mudar de universo. Aí realmente estarei me aposentando da vida. Tenho dito.