Novo governo e em seus primeiros dias já convoca a
comunidade para a sua primeira inauguração: o sinaleiro.
Equipe toda aposta, secretários de governo, técnicos e
atendentes todos enfileirados. A banda da cidade toca seus hinos para chamar
atenção dos transeuntes. Representantes do clero, padre, pastor e até pai-de-santo se
enfileiravam e abençoavam o novo sinal. O xeique só não marcou presença porque
sua embarcação vinda da cidade vizinha, não conseguiu abordar, devido a maré
baixa.
Policiamento ostensivo para acalmar os ânimos dos
motoristas e avisar que de agora em diante teremos que parar quando o sinal
estiver vermelho, amarelo atenção e verde pode passar.
Sem pestanejar, durante os ultimatos dos policiais e alheio
a tudo que estava acontecendo, uma carroça desgovernada acelera e passa
rasgando e desconcertando os trajes dos oficiais e das autoridades presentes. O
carroceiro é parado e enquanto seu cavalo pasta no abundante canteiro lateral,
escuta atendo sobre o novo procedimento para cruzar aquela via. Minutos antes,
um desatento motorista deslumbrado com a nova construção erigida na sua mão
direita, quase atropela duas idosas que atravessavam a rua. Somente interrompido por uma violenta e sonora
frenagem.
Hinos e discursos são rapidamente executados pelos
presentes, enquanto a fila de veículos vinda do porto, do centro da cidade e
dos visitantes se acumula ao longo das avenidas. Ciclistas se amontoam sem saber por onde passar a procura
da ciclovia que não conseguem visualizar. Buzinas nervosas são acionadas, antecipando assim a retirada
dos festeiros, liberando a via aos veículos. Enfim foi inaugurado o sinaleiro.
E ponto final.
*Essa é uma obra de ficção, qualquer semelhança com a realidade
é mera coincidência.
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