ENFEITES DE CARNAVAL
Lá pelos idos dos anos sessenta, mais precisamente entre
1967 e 1969. Trabalhava em uma loja em Antonina como ajudante de pacoteiro, mas
como tinha aptidão para pintura, também fazia os cartazes e enfeites
decorativos.
Próximo ao carnaval, o presidente do Clube dos Operários,
seu Douglas Guimarães conhecedor das minhas habilidades, me convidou para fazer
a decoração do salão do clube para os bailes carnavalescos. Lá fui eu, com meus
pincéis e uma grande bobina de papel, a fazer os desenhos para decorar o local.
Figuras de bruxas, arlequins, pierrôs e colombinas – ícones
bem representativos da época – foram pintados nos cartazes que decoraram as
paredes para os bailes do clube, até então considerados os melhores e mais
animados da cidade.
Em Morretes
Também fui contratado pelo senhor Miguel Maceno, presidente
do Clube dos Operários de Morretes o qual me encomendou uma réplica do foquete
APOLO 5, que era o nome do conjunto musical contratado para animar os bailes
carnavalescos do clube.
Confeccionei o foguete em isopor, pintado com tinta Acrilex
fosforescente, adequado aos ambientes da época, onde o escurinho era resultado
de uma lâmpada chamada “luz-negra”, que dava um brilho aos objetos quando
pintados com tintas apropriadas.
O tal enfeite foi construído em quatro partes e quando lá
chegou foi montado, colado e pendurado sobre o conjunto musical.
Transporte
Construir o tal foguete não foi muito problemático, o
complicado era como transportar até Morretes aquele “grande” objeto, pois não
dispunha de nenhum meio de transporte que pudesse me facilitar.
Sem pestanejar peguei mesmo foi o trem das 15h, que saía de
Antonina com destino a Curitiba e Paranaguá, com “baldeação” em Morretes.
Chamei seu Brites – carroceiro que fazia os fretes na
Estação Ferroviária - carreguei os módulos, despachei para o destino e
acompanhei tal “odisséia”.
Às 16h30 estávamos chegando ao destino. Desembarcamos o
objeto e utilizei-me do mesmo meio de transporte – carroça - para chegar
até o Clube dos Operários.
Depois de montado como havia programado, já a “noitinha” ligamos as luzes do salão e o efeito fosforescente transformava aquele simples
objeto em uma bela alegoria.
No dia do baile foi só alegria, pois felicidade maior foi
ter feito a primeira encomenda fora da minha cidade e ter
conseguido um resultado satisfatório.
O resto foi só carnaval! Coisas da vida.
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