quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Histórias e Estórias XIII...Enfeites de Carnaval


ENFEITES DE CARNAVAL

Lá pelos idos dos anos sessenta, mais precisamente entre 1967 e 1969. Trabalhava em uma loja em Antonina como ajudante de pacoteiro, mas como tinha aptidão para pintura, também fazia os cartazes e enfeites decorativos.
Próximo ao carnaval, o presidente do Clube dos Operários, seu Douglas Guimarães conhecedor das minhas habilidades, me convidou para fazer a decoração do salão do clube para os bailes carnavalescos. Lá fui eu, com meus pincéis e uma grande bobina de papel, a fazer os desenhos para decorar o local.
Figuras de bruxas, arlequins, pierrôs e colombinas – ícones bem representativos da época – foram pintados nos cartazes que decoraram as paredes para os bailes do clube, até então considerados os melhores e mais animados da cidade.

Em Morretes
Também fui contratado pelo senhor Miguel Maceno, presidente do Clube dos Operários de Morretes o qual me encomendou uma réplica do foquete APOLO 5, que era o nome do conjunto musical contratado para animar os bailes carnavalescos do clube.
Confeccionei o foguete em isopor, pintado com tinta Acrilex fosforescente, adequado aos ambientes da época, onde o escurinho era resultado de uma lâmpada chamada “luz-negra”, que dava um brilho aos objetos quando pintados com tintas apropriadas.
O tal enfeite foi construído em quatro partes e quando lá chegou foi montado, colado e pendurado sobre o conjunto musical.

Transporte
Construir o tal foguete não foi muito problemático, o complicado era como transportar até Morretes aquele “grande” objeto, pois não dispunha de nenhum meio de transporte que pudesse me facilitar.
Sem pestanejar peguei mesmo foi o trem das 15h, que saía de Antonina com destino a Curitiba e Paranaguá, com “baldeação” em Morretes.
Chamei seu Brites – carroceiro que fazia os fretes na Estação Ferroviária - carreguei os módulos, despachei para o destino e acompanhei tal “odisséia”.
Às 16h30 estávamos chegando ao destino. Desembarcamos o objeto e utilizei-me do mesmo meio de transporte – carroça - para chegar até o Clube dos Operários.
Depois de montado como havia programado, já a “noitinha” ligamos as luzes do salão e o efeito fosforescente transformava aquele simples objeto em uma bela alegoria.
No dia do baile foi só alegria, pois felicidade maior foi ter feito a primeira encomenda fora da minha cidade e ter conseguido um resultado satisfatório.
O resto foi só carnaval! Coisas da vida.

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