segunda-feira, 30 de junho de 2014

POLITICA DO EU SOZINHO...VALE A PENA LER DE NOVO?

Foto meramente ilustrativa

Publicado no blog em 19/09/2010 e no livro “Tenho Dito” 2006.

POLÍTICA DO EU SOZINHO


Em um mundo globalizado e capitalista, a figura do eu sozinho está cada vez mais em extinção. A sociedade contemporânea é organizada e a maioria das pessoas tem consciência da necessidade de se agrupar para discutir, reivindicar e defender seus interesses perante o sistema político e econômico. Os trabalhadores se organizam em associações, sindicatos, centrais, enquanto o empresariado associa-se ao seu segmento, às federações... etc.
Na política nos organizamos através dos partidos, mas é preciso que nas cidades as comunidades também estejam dispostas a se organizar, para então ter representatividade perante os poderes.
Aqui em Antonina, o exercício da política e da organização é muito latente. Ainda não aprendemos a exercitar o pensamento coletivo, organizar para fortalecer e facilitar os árduos caminhos do bem viver em uma sociedade democrática. Quando – de alguma maneira – nos propomos a criar um corpo de ideias, seja ele com a representação de uma associação ou de um outro denominador qualquer, grande parte das pessoas ignora por inteiro o quanto esta atitude poderá ser benéfica para toda a sociedade. Quem não se organiza e é contrário a tal atitude continua fazendo parte dos analfabetos políticos. Daqueles que acham que política não serve para nada e não imagina que sua omissão contribui para a falta de segurança, para a prostituição infantil, para a corrupção e para a falta de políticas públicas que possam melhorar a vida de cada cidadão.
Nos últimos trinta anos, sempre participei de alguma organização. Hoje, tendo o privilégio de desfrutar de uma aposentadoria, sou sindicalizado da APUFPR-Sind./Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná. Quando ainda na ativa, fiz parte do Conselho de Representantes. Neste longo caminhar, com a democratização do país (1982), ajudei a fundar a APAP-PR – Associação dos Profissionais de Artes Plásticas do Paraná e a APAEP-PR – Associação dos Arte-Educadores do Paraná.
Em Antonina, com valorosos e sonhadores microempresários, em 2007, fundamos a Aestur – Associação dos Empreendedores de Serviços Turísticos de Antonina. Mas, o que mais me entristece é ainda conviver com pessoas que subestimam o caráter organizacional e continuam insistindo que uma entidade classista não serve para nada.
Governantes competentes e bem intencionados procuram sempre interagir com este tipo de organização, fazendo parcerias, discutindo maneiras viáveis para minimizar os problemas da sociedade, atitude que não encontra respaldo em nossa cidade.
Diariamente ouvimos das pessoas, e principalmente de alguns empresários, que não precisam se associar a nada, pois sozinhos conseguem resolver seus problemas. Prática também exercida por nossos governantes, que se acham poderosos e milagreiros e se distanciam cada vez mais da comunidade, principalmente das poucas organizadas que ainda por aqui sobrevivem. A “gestão da masturbação” quer pública ou privada, continua dando prosseguimento ao estado de total falta de expectativas desenvolvimentistas para a nossa cidade e região. E tudo não deixa de acabar em porra. Porra mesmo!

 



segunda-feira, 23 de junho de 2014

POR FAVOR, UM MOMENTO.

Com o advento das redes sociais e em especifico o Facebook, as funções dos blogs foram alteradas. Antes todo o tipo de comunicação era nele postado e agora me parece que virou local mais apropriado para matérias e pequenos ensaios com um certo poder de armazenamento e busca.
Também os comentários, onde nos blogs passam por uma moderação – em sua grande parte – nas redes sociais, o seu público é identificado diretamente, eliminando e desgraça do anonimato.
Ultimamente utilizo o Face, quase que diariamente, para publicar minhas fotos, meus questionamentos, minhas ações, viagens e idéias. Reservando meu velho blog: www.palavradobo.blogspot.com.br para matérias mais contextualizadas e com maior conteúdo.
Reconheço uma certa ausência, nas questões que atingem minha cidade. Pois durante mais de três décadas, me senti um guardião diário e eterno insatisfeito com o tratamento dado por seus governantes. Aqui publiquei minhas magoas, ansiedades e reivindicações.
Hoje, a triste realidade constatada, pelo total despreparo administrativo e político da atual administração e principalmente pela falta de respeito no tratamento para com as pessoas e as coisas da cidade, somada ainda a arrogância e a ostentação, desanima qualquer intenção de opinar. A não ser a possíveis postulantes eleitorais, que não é meu caso.
Assim mesmo, não foram os berros e as ações de intimidação barata, que me proporcionaram um certo recolhimento, mas, a sensação de inutilidade no diálogo com os interlocutores de plantão. Uma questão meramente cognitiva.
Continuo ainda publicando em meu blog, agora com menos frequência, mas com a esperança renovada, acreditando no surgimento em um novo "homem público antoninense", onde volte a prevalecer o interesse pela comunidade, em detrimento aos seus.
Esforço-me crer na possibilidade da melhoria da qualidade de vida do nosso cidadão, do nosso patrimônio, da nossa cultura. Em ainda, poder viver numa cidade onde sua história seja respeitada e saiba construir seu futuro com planejamento e sabedoria. Onde nossos filhos e netos não precisem mais “subir a serra” para encontrar o caminho do bem estar e da prosperidade. Aqui é minha cidade. Aqui é o meu Brasil! E tenho dito.

Domingo tem JekitiCultural


domingo, 8 de junho de 2014

SERVIDOR OU SENHOR? Vale a pena ler de novo.

Publicado em 18/06/2006 e no livro "Tenho Dito" 2012.
SERVIDOR OU SENHOR?

Para quem viveu mais de vinte anos sob um regime autoritário, nos parece que apenas vinte dos nossos últimos anos de plena democracia ainda não serviram para educar a nossa sociedade, e principalmente os nossos políticos, sobre os papéis que devemos assumir como protagonistas deste sistema.
Quando elegemos alguém para administrar os nossos espaços, sejam eles desde a pequena célula municipal até a nossa grande nação brasileira, esperamos que os eleitos saibam o papel que lhes cabe. Creio que uma grande parcela da população pensante não escolheria alguém para ser o seu “senhor”, o seu dono. Espera, como princípio do próprio regime democrático, que os nossos administradores possam ocupar seus cargos como pessoas comprometidas com as suas cidades, seu estado ou nação. Ou seja, comprometidas com as pessoas. Pessoas que pensam e agem, de diferentes de crenças e costumes.
O regime nos dá a oportunidade de escolher, por um determinado tempo, alguém em quem se possa confiar para gerenciar as nossas necessidades públicas, como saúde, educação, transporte, segurança, trabalho, ou seja, o bem-estar de todos.
O governante eleito deveria se orgulhar de ter sido escolhido “o servidor público número um” de sua comunidade. Ser nada mais do que o nosso amigo e benfeitor. Mas não é o que acontece.
Quase sempre nos deparamos com um transformismo monstruoso. Viram, no mínimo, autoritários, prepotentes, déspotas. Começam a acreditar (e acham verdade) que estão no poder para fazer dele o que bem entender. Esquecem os compromissos – quando os têm – assumidos com seus correligionários, ou seja, com o povo. Muitos montam verdadeiras quadrilhas para saquear os nossos míseros recursos e jamais lembram que somos nós, os cidadãos eleitores ou não, que pagamos o seu salário e na maioria das vezes de boa parte de sua família.
Na prática, infelizmente, há uma inversão de valores. De “senhores” que somos, por pura covardia e omissão viramos servis, quando não subservientes. Parte do eleitorado, os coitados e incompetentes, que vivem sempre ajoelhados, se tornam bajuladores e ajudam a alimentar o grau de prepotência do bajulado. A cegueira é total e por um bom tempo o governante esquece o seu estado primário de graça, de ser servidor. Insiste em continuar “senhor” até se dar conta de que o tempo vai passando e seu “reinado” acabou.
E é somente perto das eleições que eles voltam a se vestir de servientes. E começa tudo de novo: “blá@43%66#3blá@$3$408LKKhj@kjklDe@3556^ 5”.


N.E.Blog: O texto também reflete nossas angustias atuais. O Governo não nomeia nenhum Conselho Municipal e trata tudo como se fosse de sua propriedade. Se ao menos tivesse capacidade de gestão, não teríamos tanto para reivindicar.