Investimentos que somam R$ 180 mi
devem resultar em um aumento no volume embarcado. Terminal voltará a exportar
açúcar e, no futuro, carne
15/03/2015 23h00 Renan Colombo
Texto
publicado na edição impressa de 16 de março de 2015/ Gazeta do Povo
O Porto de Antonina se prepara para receber investimentos de
infraestrutura no valor de R$ 160 milhões que vão diversificar o perfil do
terminal e ampliar a capacidade de movimentação de cargas. Além disso, uma área
sem uso será concedida para instalação de uma indústria metal-mecânica. O
arrendamento do espaço, se bem-sucedido, será o primeiro do país em
conformidade com a nova Lei dos Portos (12.815/2013), que centralizou na
Secretaria de Portos a maioria das concessões. Neste caso, a Administração dos
Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) conduzirá o processo, a partir de uma
exceção prevista em lei e avalizada pelo governo federal.
A destinação da
área, que tem 32 mil metros quadrados e não afeta as operações portuárias, foi
determinada pelo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do terminal. A
expectativa é de que o empreendimento receba aportes de R$ 20 milhões e gere
cerca de 100 empregos.
Diretor-presidente
da Appa, Luiz Henrique Dividino diz que a licitação deve ser lançada em 90 dias
e estima que, após o certame, a construção da estrutura leve até dois anos. Uma
empresa já manifestou interesse na concessão, que terá validade de 25 anos e é
estratégica para esse setor, habitual prestador serviços para a exploração de
gás e petróleo em alto-mar. “Se a empresa fabricasse componentes em Curitiba ou
região, teria de descer a Serra do Mar e o transporte desse tipo de peça é
caríssimo, pois são estruturas muito grandes”, explica.
Já o investimento de R$ 160 milhões virá da empresa russa
Uralkali ao longo dos próximos quatro anos. A companhia planeja construir um
berço de atracação e dois armazéns de 120 mil toneladas, além de promover
melhorias no sistema de gestão de carga do terminal. O empreendimento deve dobrar
a capacidade de importação do terminal Ponta do Félix, para 4 milhões de
toneladas por ano. A Uralkali deve ampliar o volume de importação de
fertilizantes – único produto comercializado no porto, atualmente – e abrir
espaço para a exportação de carne, que tem a Rússia como um dos principais
mercados.
Saturação
Outro produto que passará a ser movimentado no terminal é
açúcar, que não passa por Antonina desde 2013. A opção pelo porto paranaense é
reflexo da saturação dos embarques do produto em Santos, explica Dividino. A
estimativa é escoar até 200 mil toneladas do produto, já ensacado, neste ano.
Ele avalia que a diversificação de produtos é um dos
caminhos para o crescimento do terminal, que passou recentemente por uma
dragagem. “O terminal quer aumentar o portfólio de produtos negociados. Se você
trabalhar somente com um produto, pode enfrentar um período de baixa e ter
problemas.”
Antonina teve crescimento de movimentação nos últimos anos,
mas registrou retração em 2014, quando o volume de cargas somou 1,47 milhão de
toneladas, cerca de 900 mil a menos que no ano anterior.
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