Publicado
em 13/11/2006 no blog e no livro
“Tenho Dito” em 2012
TURISMO
AQUI NÃO!
Esta
deve ser a frase que alimenta o dia a dia do prefeito da nossa cidade. Quando
ele acorda, deve olhar no espelho com aquele ar de arrogância e volta a
repetir: “TURISMO AQUI NÃO!”. Parece que ele esqueceu a sua proposta de
palanque e o próprio Plano Diretor que estabeleceram no turismo uma das
prioridades para a imediata geração de renda e emprego para o município. Mas o
que a gente vê é um total descaso com a cidade, com os pequenos empresários do
ramo e principalmente o estado de abandono dos poucos equipamentos ainda
existentes.
O
Trapiche Municipal, que no último ano ficou inteiramente abandonado, sem vigia
e manutenção, desde o mês de agosto foi interditado, devido à laje pré-moldada
que deu sinal de rompimento. Já somam mais de 110 dias de interdição. Para
dificultar ainda mais, a própria Prefeitura mandou demolir a Estação de
Embarque do local e retirou toda a fiação elétrica, refeita há nada mais de
quatro anos. Não dá para entender o porquê dessa atitude.
O
pessoal da Secretaria Municipal de Obras orçou a reforma da laje em R$
80.000,00 (oitenta mil reais) e o pessoal do COMTUR esteve com o engenheiro
Gerson Barão, prestador de serviços para o DECON, e passou um custo
aproximadamente de R$ 37.000,00 (trinta e sete mil reais). Fomos até a SETUR e
solicitamos ajuda do secretário do Turismo, senhor Celso Caron, e do deputado Nelson Justus para interceder na
liberação dos recursos.
O
que nos surpreendeu foi a ação de desmonte da prefeitura após a intervenção do
COMTUR.
A
Eco Paraná, instituição ligada à SETUR/PR, está tentando solucionar o problema,
mas também está encontrando um monte de empecilhos de custos e burocráticos
para termos o local liberado até o início do verão. Agora nos foi apresentado
pelo Sec. de Obras do Estado um orçamento em torno de R$ 350.000,00, causando
um total espanto aos envolvidos com a problemática. Até parece que querem
deixar novamente a gente no abandono e a desculpa passa por uma
supervalorização da obra.
A
ação do COMTUR – Conselho Municipal de Antonina – foi somente a de ajudar a
atual administração na liberação dos recursos, já que a mesma, através da
Secretaria Municipal de Turismo, comunicou indisponibilidade financeira para a
realização da obra.
Os
membros do COMTUR são pequenos empresários do ramo que têm o maior interesse no
funcionamento do trapiche, pois é através dele que transita boa parte dos
turistas que nos visitam, e estão sempre dispostos a contribuir com a
administração pública quando o interesse maior for o desenvolvimento do turismo
local.
Mas
não é somente o abandono do trapiche que prejudica o nosso turismo.
TURISMO
AQUI NÃO! II
As
nossas praças e logradouros são mal e parcamente cuidados. Os bancos estão
quebrados, luminárias apagadas, pintura desgastada e o pior é o abandono de
gerenciamento. Na Prefeitura ninguém sabe qual é a Secretaria responsável pelos
logradouros. Nem de dia e muito menos durante a noite sequer tem um guardião
para preservar o que ainda resta.
O
COMTUR está fazendo uma campanha junto aos pequenos empresários da cidade para
a adoção de um canteiro e, com muito sacrifício, mais de uma dúzia de empresas
já doaram recursos para plantar algumas flores na Praça Cel. Macedo. Até agora
foram plantadas mais de 2.500 mudas de flores perenes e exauríveis. Somente
buganvílias foram plantadas mais de 35 mudas já em floração. A Prefeitura, que
ficou de ajudar doando um pouco de terra, pedra seixo rolado e colocar um
funcionário para colaborar na plantação dos canteiros, até o momento não
colaborou em NADA, ou seja, para não cometer injustiça, a Secretaria de Obras
nos mandou alguns metros cúbicos de pedra e só.
Mas
continuamos o trabalho e já deu para a população notar – durante o aniversário
da cidade – a beleza das flores que enfeitavam os mais de doze canteiros doados
pela comunidade.
TURISMO
AQUI NÃO! III
Parece
que o espírito da administração está contaminando algumas pessoas e o
vandalismo tomou conta da Praça Cel. Macedo no último domingo. Um canteiro com
mais de 130 mudas de sálvia, que foram plantadas no monumento ao velho Getúlio
e já estavam abrindo florada, nesta madrugada de domingo foi totalmente
pisoteado e arrancado, num ato de ódio e total desequilíbrio com a natureza e
desrespeito com a própria cidade. O vandalismo poderia ser evitado se ao menos
no logradouro tivesse a presença de um vigia. Obrigação da administração
municipal, pois é ela a responsável pela guarda, manutenção e preservação do
patrimônio público.
TURISMO
AQUI NÃO! IV
Também
a nossa “maravilhosa” estação ferroviária está passando por dias de abandono.
O
vereador Jéferson Fonseca propôs lei – e foi aprovada pelo executivo –
obrigando os estabelecimentos públicos, tais como o Theatro Municipal e a
Estação Ferroviária, a abrirem durante os finais de semanas para visitação ao
público. A lei veio ao encontro das nossas reivindicações, mas não está sendo
cumprida pela Prefeitura. O Theatro comemorou os seus 100 anos com cara de
sujeira e continua fechado nos finais de semana e a Estação somente ainda está
sendo aberta pelos estagiários da Paraná Turismo, que permanecem no local para
simplesmente prestar informações turísticas. Nada acontece por lá e o estado de
abandono é deprimente. O Secretário de Turismo ainda não nos disse para que
veio e o que de verdadeiro está fazendo. Parece que também entrou no jogo do
“Turismo aqui Não!”.
N.E do Blog: Pouca coisa mudou em dez anos. Continua o mesmo descaso e a cidade e o turismo não sendo tratados a sério. Somente o prefeito junto com o mato cresceram. Com isso o abandono e a falta de respeito para com a cidade e seus cidadãos. Até quando?