quarta-feira, 12 de setembro de 2012

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS XI...A odisseia dos escoteiros

A odisseia dos Escoteiros de Antonina

Os anos eram de 1941. Por ordem da presidência da república ficava determinado o fechamento dos escritórios marítimos das Companhias de Navegação Costeira e Loyde Nacional em nossa cidade, as quais representavam mais da metade da movimentação de cargas e mão de obra portuária.
O presidente da época Getúlio Vargas convicto de sua decisão, sequer recebeu nossos porta-vos, representantes do empresariado e dos trabalhadores marítimos, em suas tentativas reivindicatórias na capital federal do Rio de Janeiro.
Maneco Picanço, então chefe de escoteiro, de espírito prodigioso e incansável defensor das causas capelistas, convocou a tropa para uma missão quase impossível: levar uma mensagem ao Presidente da República, na cidade do Rio de Janeiro, só que a pé.
A ordem foi acatada pelos jovens escoteiros Milton Horibe, Manoel Antonio de Oliveira, Antônio José Gonçalves (Canário), Lídio Santos e Alberto Shtorach Júnior. Que munidos de uma pequena mochila com suprimentos e espírito altruísta, no dia 28 de dezembro de 1941, partiram a pé, em direção a cidade do Rio de Janeiro para entregar tal importante mensagem do povo antoninense.
Foram mais de mil quilômetros a pé, enfrentando as mais adversas intempéries, durante quarenta e dois dias até o destino. Atingido no dia 30 de janeiro de 1942.
O próprio Maneco Picanço, nas suas falas memoráveis e ressoantes nos confidenciou que os escoteiros foram recebidos no Palácio do Catete no Rio de Janeiro, mas tiveram ainda que se deslocar até Petrópolis, onde se encontrava naquele momento o presidente Vargas, para então concluir a missão de entrega da mensagem.
Ao recebe-la das mãos do escoteiro Milton Horibe, o presidente Getúlio Vargas, mandou imediatamente reabrir os escritórios das mencionadas empresas que anos mais tarde acabaram fechando definitivamente.
Após o cumprimento da missão, nossos escoteiros foram tratados como heróis pela própria presidência. Receberam alimentação, fardamentos novos e retornaram de navio até o porto de Santos e aqui chegaram de trem, onde foram recebidos com todas as homenagens merecidas por parte da comunidade antoninense.

Foto histórica: O escoteiro Milton Horibe fazendo a entrega da mensagem ao presidente Getúlio Vargas, em Petrópolis. 
O outro escoteiro que aparece na foto é Manoel Cabral.
(a data não é exata, pois a chegada ao Rio foi a 30 de janeiro e a entrega da mensagem 
foi em Petrópolis dias depois, o ano é de 1942).
Fontes de referencia: alguns dados extraído do texto do jornalista Admaro Santos - Jornal "O Antoninense", edição n.º 68 de 27/01/1971 – fls.12. Depoimentos

2 comentários:

  1. Eduardo
    pela leitura que fiz do "diário de Canário", eles chegaram em 30 de janeiro de 1941 e foram recebidos em Petrópolis em 19 de fevereiro desse ano. Neste dia foi organizado, pela UEB (União dos escoteiros do Brasil) uma cerimonia que reunia diversos grupos escoteiros de diversos estados do Brasil. foi essa a cerimonia, e está registrada na foto o momento em que Milton Oribe entrega o documento á Vargas. Acredito que houve, neste meio tempo, muita conversa entre a chefia do grupo, no paraná, a UEB e o governo Vargas, que deve estar perdido em algum arquivo do Rio. Muito legal seu post, relembrando este feito heroico, que precisa ser melhor entendido. Abraços

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  2. Jeff...vamos acrescentar esta informação. assim reconstruímos nossa história escrita.
    abraço

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